quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Chá das 5

A vida é grande. Pode durar mais ou menos tempo. Ser mais ou menos feliz. Mas a vida é feita de mais e de menos.
É um sopro de mudança e transformação. Adaptação e evolução.
Uns vão, outros ficam. Uns julgam, outros aceitam. Uns sabem, outros não querem saber.

A vida é um constante looping. Subidas ansiosas, descidas inesperadas, voltas estonteastes. 
É feita de planos, desejos, impulsos. 
É feita para ser vivida. Aproveitada. 
Arriscar sem medo de falhar.
A vida é
 uma obra de arte. Um desabafo. Um descontrolo de emoções. 
É paixão. Por mim. Por ti. Pelo mar, pelo sol, pela lua. Pelo ar que respiramos. Pelo sangue que nos corre nas veias.
É um percurso. Simples para quem vive em simplicidade.
O passado já foi. O presente já é. O futuro vai ser.
Não quero prever. Quero ser. Quero estar. Com calma. Com tempo.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Nível 10

Pés no chão, cabeça no ar... Lar doce lar. Porto seguro. Confortável às milhentas ideias. Moldado às várias fantasias. Entusiasmado pelos inúmeros desejos. 
Encho-me. Encho-me de tudo e mais alguma coisa. Vontade, confiança, perspicácia. 
Julgo me sábia. Não sei se acredito.
Saio, mas volto a entrar. As costas quentes arrefecem. As críticas anónimas despem-m'alma. Sujam-na.
Os gestos alienados são arrogantes, ignorantes... Traduzem-se numa incomoda comichão. 
Não digo, penso. Não finjo, sinto. Sinto com tudo aquilo que tenho. Sinto-me um sujeito único. Um sujeito sujeito a qualquer balde de água fria. O pânico e o susto juntam-se em equipa. Mas vão murchando, como uma planta cortada pela raiz.
Sai muito pela boca e pouco pela razão...
Continuo a julgar. A não saber acreditar. Mas reconheço que condenado a julgamento, apenas quem desiste. E eu ainda estou em jogo. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Mãos cheias

Quando te sinto pequeno e apertado perante algo tão grandioso...
Oh pobre coração!
Será saudade?
Difícil expressar por palavras.
Talvez seja necessidade de descobrir um mistério.
O que sei eu sobre o mistério? Nada, para além de ser certamente misterioso.
Devo acalmar-te e adormecer a ansiedade que te perturba esta sede ignorante.
Devo fazer-te esquecer o sentimento para o qual não existe conforto possível.
Devo procurar. Procurar algo que te faça palpitar com mais segurança e menos receio.
E aos poucos, preencher-te com tudo aquilo que tenho.

Desperdício

Tantas vidas, tanta gente, tanta coisa...
A inveja dá movimento de mais aos olhos,
Cegam-nos e tiram-lhes o bom e verdadeiro dom de observar, apreciar.Puro egoísmo e hipocrisia supérflua ocupam cargos injustos.
A concentração toma um rumo alheio. Um desejo patético do impossível.
Focam-se na luz do outro, aparentemente mais forte, e tornam-na como um evidente objetivo.
Acabam com lágrimas desapontadas e desistentes. Destroem a confiança e a auto-determinação.
Tentar ser o que não se é, saí caro.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

De mim Para ti

Se pudesse eu ter uma lúcida e nítida visão,
Sobre tudo e sobre nada, sobre mim e sobre ti,
Sentir-me-ia banhada em ouro. Teria uma vida boémia.
Mas estou ofuscada por vários tipos de nevoeiro.
Ideias, pensamentos, atitudes, que não são carne nem são peixe.
Madrugadas divinas, deitam gotas ácidas sobre o meu rosto.
Trapos, farrapos, cobrem-me a pele. 

Revestem o juízo efervescente que preenche o meu caráter percetível.
Sinto-me nua como a lua. Idiota. Condenada.
tensão aumenta ao ritmo do batimento cardíaco.
Tiro o chapéu à prudência consciente, à alma limpa e inocente. Quero senti-la presente.
Quero ser livre e voar como um pardal
As asas? Sinto-as presas. Procuro a chave aqui e ali.
Dizes-me ser fácil. Que basta querer.
Ora se tão simples fosse tal acontecimento, em que árvore pousaríamos? Em que ninho nos esconderíamos?