quinta-feira, 8 de maio de 2014

Meu querido Pai,

Dois corpos. Duas almas. Dois amores. Duas vidas. 
Um casal. Um casal com duas filhas.
Eu? Sou apenas um fruto pequenino de uma árvore tão grande.
Nós? Somos uma família. Passam ventos e tempestades, mas as raízes permanecem firmes no chão e os ramos prontos para uma nova vegetação.
Um dia vou amadurecer. Mas agora, vou agradecer. 
A minha sorte. A minha educação. A minha experiência. A minha tradição.
O meu jovem e inocente percurso! Muito viajei, muito ri, muito festejei. Mas tenho ainda tanto para aprender...
Espero perder-me. Nestes caminhos escuros, nestas curvas inesperadas. Espero procurar e descobrir aquilo que desejo inconscientemente seguir. Mas agora, basta sentir.
Vou continuar a ser regada. Com palavras sinceras e preocupadas. Com gestos afectuosos e calorosos. Com um exemplo de esforço e motivação que nunca sairá do meu coração!
Serão sempre relembrados os gritos. Berraremos a nossa existência! E se nos chamarem de loucos... Somos loucos mas poucos.
Há quem tenha fé. Há quem tenha sucesso. Há quem tenha mil e um planos na cabeça para um dia chegar a ter alguma coisa.

Eu tenho um Pai, e isso chega.