terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Vitória, vitória, acabou-se a história?

Não faço ideia por onde começar. O problema está na procura constante de recomeços e na fuga da continuidade. Por isso vou tentar empregar muitas vírgulas neste texto, que te prometi e, que tanto esperaste. 
Não escrevo com o coração apaixonado nem com os olhos deslumbrados, mas com a cabeça descansada e consciência desenxovalhada.
Escrevo porque gosto de escrever. Escrevo-te porque gostas do que escrevo.
Vivo numa mudança constante entre uma melancolia a preto e branco à moda antiga e um entusiasmo florescente que roça a moda actual. As cores passam como turistas num país distante chamado "mente". Onde tudo se passa, tudo acontece. Onde nada se esclarece, nada falece. 
Vivo na luz da expectativa e na escuridão da desgraça. 
Vivo rodeada de inimigas que adoptam uma postura inútil e manipuladora, assumindo o meu nome. Sussurram-me segredos mascarados de conselhos e disfarçados de bondade.
Acariciam-me os meus cabelos, curtos e crespos, com garras afiadas. Olham-me com um piscar rítmico entre a humilhação e o desprezo. 
Elas tapam-me os olhos e atam-me as mãos.
Sinto-me cansada e miserável. E o cansaço da miséria tornou-se miseravelmente cansativo.
Rendi-me à dificuldade e guardei a motivação debaixo da cama. Para que pudesse descansar a penúria. Adormecer no vazio e afundar-me na náusea desta maré incerta e imprevisível.
Afundo, mas não me afogo. Aprendi a nadar contra marés negras em busca de um mar de rosas. Não carrego mapas nem me apodero de bússolas. 
E divido-me. A sereia inocente virou cardume esfomeado de sabedoria e esperança.
Luto contra um monstro desnaturado chamado "EU". 
Insisto e não desisto. 
E venço. 
Venço porque me ajudas-te a vencer. Venço porque me acordas-te do sono pesado e do sonho desmotivado. Venço porque acrescentaste o cinzento na visão a preto e branco. Venço porque a tua mensagem foi nítida, clara e profunda como aquele lago que me falas-te.